Festival de Música Autoral das Vertentes
A dupla Angelina Castro e Victor Sousa defende a canção “EntreLinhA” na disputa do II FEMAVe. Sua composição reflete a influência de Geraldo Azevedo e de Sá e Guarabira, sua linguagem é um produto da busca pela música regional e por cantigas populares. O seu tema é o amor, Angelina explica: “EntreLinhA é uma canção em que se encontra o romance no seu formato puro e nostálgico, mas um fundado. Um abraço nos amores, mesmo aqueles que se vão”. Para ela, o FEMAVe representa a busca pela identidade da música do Campo das Vertentes, uma identidade plural nos seus mais diversos estilos.
Formação: Victor Sousa (Violão e Canto) e Angelina Castro (Canto)
Festival de Música Autoral das Vertentes
A multiartista Isis Ferreira, 35, atua há mais de dez anos na Música e nas Artes Cênicas. Ela concorre no II FEMAVe com a canção “Apropriação”, que trata do empoderamento da mulher negra brasileira. A música foi finalizada em 2015, mas surgiu muito antes: “Quando eu estava grávida de minha filha, visitei a casa de minha mãe e reli uns cadernos antigos meus. Lembrei de uma melodia que eu tinha gravado no celular, fui sentindo a canção até finalizar”. Entre suas influências estão seus pais, artistas da música negra como Alcione, Milton Nascimento e representantes da cultura popular, como D. Maria do Congado e D. Vicentina do Maracatu Raízes da Terra.
Formação: Isis Ferreira (voz e percussão)
Festival de Música Autoral das Vertentes
É com o ritmo envolvente do forró que a Flor de Maracujá quer conquistar o público do FEMAVe. A banda barbacenense concorre à disputa com a canção “Retalhos”, composta pela vocalista Natália de Freitas. Para eles, o festival proporciona “a visibilidade de artistas locais que têm composições que muitas vezes não saem do papel”. Formada por seis integrantes, entre homens e mulheres, a banda está em atividade há três anos. E deixam um recado para o público: “Gostaríamos que vocês fizessem parte dessa colcha de retalhos, deixando um pouquinho de vocês e escrevendo a história junto a nós”.
Formação:
Natália de Freitas Carvalho – Voz
Helena Betania Discacciati Campos – Voz e Percussão
Ciro Belluci Medeiros de Souza – Voz e Violão
Gabriel Cobuci Cerqueira – Bateria
Raquel Ferreira Moreira – Flauta Transversal
Juliano César Batista Pires – Baixo
Festival de Música Autoral das Vertentes
Descritivo: “O que há de vir” é a canção que a dupla recém formada Luana Aires, 33, e Antônio Silva, 35, defendem no II FEMAVe. Ambos são musicistas de currículo extenso e atuação em campos como a educação, a pesquisa e direção de arte. A respeito de sua linguagem, destacam a influência do Coletivo ANA, Guinga e Milton Nascimento. Composta em 2019, “O que há de vir” trata de memórias, mas também de uma expectativa em relação a um futuro de paz. Luana explica: “A música traz consigo um momento de respiro e leveza em meio ao caos, semeando a esperança de que a capacidade de resiliência e regeneração da natureza possam inspirar a jornada humana nos dias que virão”.
Formação: Luana Aires (Voz) e Antônio Silva (Violão)
Festival de Música Autoral das Vertentes
Amanda Amaral e Gabriel Willian são os Arcanjos que trazem a beleza e o amor em forma de canção. “Acreditamos que nossa música diz e traduz muitos dos sentimentos que vivenciamos por aqui: a nostalgia, o acolhimento, a paz, a saudade, o sonho de correr atrás, as frustrações e o amor são os contornos que nos identificam com quem nos ouve”. Vindos de São João del-Rei e em outras regiões de Minas Gerais. Dois dos participantes da primeira edição do FEMAVe, os Arcanjos defendem neste ano a composição “Genuíno”, que surgiu ainda em 2017.
Formação: Amanda Amaral (violão) e Gabriel Willian (guitarra)
Festival de Música Autoral das Vertentes
A cantora e compositora Lariella, 22, era apenas uma adolescente quando compôs e gravou as suas primeiras rimas. E desde então trilha a sua trajetória no Hip-Hop e na música popular, cantando sobre quem ela é, falando do que sente e de sua visão de mundo. A sua arte é dedicada às pessoas: “Enquanto compositora meu objetivo é fazer as pessoas sentirem e pensarem, transformar em arte o que pessoas reais sentem e pensam”. Ela que conquistou o 4º lugar no I FEMAVe, concorre agora com “Madrugada”, que faz parte de uma trilogia de raps produzidas em parceria com o são-joanense Devaneio.
Festival de Música Autoral das Vertentes
A canção “Desejo de amar” que Salomé Viegas, 54, defende no I FEMAVe é com certeza especial, já que foi composta por seu pai, o poeta Luiz Viegas. Além do poeta, ela cita a influência de Tom Jobim, Milton Nascimento e do padre José Maria Xavier. Para ela, o festival surge para suprir a falta de oportunidades para artistas locais mostrarem o seu trabalho autoral. Sua intenção é induzir à esperança através da música: “Acredito que as pessoas irão se identificar com a minha música e com a letra tão sensível de Luiz Viegas, que fala de uma ânsia universal, a de um amor ideal”.
Formação: Salomé Viegas (flauta), Maria Amélia Viegas (piano), Ana Júlia Chinelatto (violoncelo), Samuel Mângia (trompete), Ana Liberato e Marcos Santos (vozes)
Festival de Música Autoral das Vertentes
Juntos desde 2017, Gabriel Guedez e Thobias Jacó formam o duo Aduar, tendo lançado dois álbuns e participado de diversos festivais pelo país. Sua linguagem artística é marcada pelo contracanto de violão e viola, resgatando a influência da música caipira. Em suas músicas e canções, tratam de histórias do campo e de sua gente, exaltando a natureza com uma visão crítica em relação à sua preservação. Explorando o formato viola caipira e violão e valorizando o trabalho vocal, o duo canta as questões socioambientais (ou mesmo existenciais) das pequenas cidades do interior do Brasil, suas águas, terras e gentes. Concorrem com a canção Morador Antigo, que nas palavras dos compositores: “é sobre uma gente que não pode ser esquecida, que põe comida (de verdade!) em nossa mesa, resistindo ao êxodo, ao extermínio, ao veneno.”
Formação: Thobias Jacó (Voz e Viola) e Gabriel Guedez (Voz e Violão)
Festival de Música Autoral das Vertentes
Tuca Boelsums define a sua obra “Canto lírico” de forma poética e inspirada: “O canto da alma, que ultrapassa as fronteiras, pula os muros das divisas e traz as sonoras paisagens rurais até o público”. Entre suas influências há artistas como o gaúcho Vitor Ramil e o argentino trovador Atahualpa Yupanqui. Para ele, o festival resgata uma antiga tradição da música brasileira: “O FEMAVe assume o papel dos festivais da canção dos anos 60 de valorizar os cantautores. As cidades participantes incentivam o surgimento desses artistas no cenário local”. O artista de 62 anos representa a cidade de Entre Rios de Minas na disputa da categoria Canção do FEMAVe.
Formação: Tuca Boelsums (violão) e Vinícius Correia (acordeon)
Festival de Música Autoral das Vertentes
Juntos desde 2017, Gabriel Guedez e Thobias Jacó formam o duo Aduar, tendo lançado dois álbuns e participado de outros festivais no país. Sua linguagem artística é marcada pelo contracanto de violão e viola, resgatando a influência da música caipira. Em suas músicas e canções, tratam de histórias do campo e de sua gente, exaltando a natureza com uma visão crítica em relação à sua preservação. Concorrem na categoria Instrumental do FEMAVe com “Galope dissiligristido”, que “é inspirada nas águas, terras e gentes do interior brasileiro”.
Festival de Música Autoral das Vertentes
Pablo Morais é um violonista, guitarrista e compositor que atua em São João del-Rei e atualmente, aos 28 anos, estuda violão pela UFSJ. Como músico, acompanhou as artistas Isis Ferreira e Lariella no I FEMAVe. Ele diz que o festival tem importância “gigante” para a cena local: “Além de meio de divulgação e reconhecimento dos trabalhos, é uma oportunidade para a nossa ação”. Já neste ano Pablo Morais compete na categoria Instrumental com a primeira composição de sua vida, a música “Conversa de quarentena”, gravada em parceria com Nil Dutra e Robson Oliveira, em março.
Festival de Música Autoral das Vertentes
O músico barbacenense Lucas Bortolucci iniciou sua trajetória aos 8 anos de idade, sendo hoje um multi-instrumentista com grande bagagem. Lucas concorre na categoria Instrumental do FEMAVe com sua composição “AconteSer”, influenciada por Ravel, Lea Freire, Toninho Horta e Wynton Marsalis, arranjada para a Orquestra Jazz Sinfônica. Em sua visão, o FEMAVe cumpre o papel de fomentar a produção artística na região do Campo das Vertentes.
Festival de Música Autoral das Vertentes
A canção “Horizontes” foi composta por André Mendes, 43, ainda em 2002 e ficou guardada na gaveta até 2016, quando ele se juntou à banda Sonisférico, em São João del-Rei. Ele descreve sua música como “uma viagem pelo horizonte, passeando por diferentes paisagens sonoras” e acredita que a banda Sonisférico merece o voto do público por ser inovadora: “‘Horizontes’ tem uma linguagem diferente do contexto em que a música instrumental é explorada, unindo elementos de música brasileira, Rock e ruídos, algo inusitado para esse contexto musical”.
Festival de Música Autoral das Vertentes
“Minha música é o resultado das minhas loucuras, delírios, das minhas vísceras”, é assim que Pablo Araújo, 33, descreve “Sem lugar”, concorrente ao prêmio de melhor Instrumental do FEMAVe, que na sua opinião é importante por estimular a competição entre artistas locais. Composta entre os anos de 2017 e 2020, reflete a influência de Heraldo do Monte, Pedro Pecher e Bill Davison, e na visão do artista: “Não tem pretensão de verdades, mas, sim, de beleza!”.
Festival de Música Autoral das Vertentes
Mineiro de Montes Claros, o músico Guilherme Faria, 41, rodou por diferentes cidades, foi diretor musical da Orquestra Popular Livre e atua hoje em São João del-Rei, em eventos culturais, concertos e festivais. Concorrente na categoria Instrumental com o choro “Vespertina”, influenciado por Pixinguinha, Moacir Santos e Hermeto Pascoal. Guilherme destaca o FEMAVe como um incentivo: “Para manter e premiar as iniciativas de criação de material inédito nos músicos da região”.
Festival de Música Autoral das Vertentes
Gabriel Resende, 34, é músico de São João del-Rei, que atua desde 2004 como violonista e guitarrista, como na banda Martelo de Pano. Ele concorre ao FEMAVe na categoria Instrumental com sua música “A mesma dor”, composta em 2011. Ele afirma que o festival “Movimenta a cultura local, divulga e valoriza artistas da região a desenvolverem trabalhos autorais e independentes.
Festival de Música Autoral das Vertentes
O instrumento da vida de Max Sales, 33, é a viola que o acompanha em sua carreira como compositor, arranjador, instrumentista e professor. Para Max, o festival representa uma oportunidade de conexão entre artistas locais e uma expectativa de novas parcerias no futuro. Influenciado por Ivan Vilela e Almir Sater, ele concorre na categoria Instrumental com a obra “Quatro ventos”, que compôs em dezembro, quando a música soprou em seu ouvido. A viola é para ele a grande atração da festa, símbolo da cultura mineira e instrumento chave para a música brasileira: “Pelas mãos de grandes artistas brasileiros a viola já mostrou a riqueza de sua sonoridade. Penso que a viola caipira é a grande merecedora do voto do público”.
Festival de Música Autoral das Vertentes
Márcio Luiz 7 Cordas é um experiente violonista que começou sua trajetória ainda em sua infância e atualmente, aos 33 anos de idade é mestrando em Música pela UFSJ. Com a bagagem acumulada ao lado do grupo de choro Chora Genésio e também do compositor Ian Guest, Márcio concorre com sua música “Quase noite”, composta em 2014, na categoria Instrumental do FEMAVe. Ele busca por quem o veja como “o artista com o qual a pessoa se identifique” e completa, com bom humor: “Se minha música tocar você no seu interior, então vote em mim!”.